eleições

Fim das coligações mudará a forma de eleger vereadores em 2020

18.309

data-filename="retriever" style="width: 100%;">
Foto: Renan Mattos (Diário)

As eleições municipais do ano que vem terão uma mudança que vai impactar diretamente na escolha dos futuros vereadores: o fim das coligações para as eleições proporcionais (legislativas). A pouco mais de um ano do pleito, os partidos estão em uma corrida para conseguir nomes representativos e dispostos a fechar a nominata de candidatos, principalmente mulheres.  

PSB fica com a Coordenadoria Regional da Agricultura em Santa Maria

A partir de 2020, os partidos só poderão se aliar na eleição para prefeito (majoritária), devendo concorrer de forma isolada para a Câmara de Vereadores. No sistema anterior, os votos de todos os concorrentes e legendas de uma coligação eram somados conjuntamente, favorecendo os mais votados da aliança. Dessa forma, eram as coligações, e não os partidos, isoladamente, que conquistavam cadeiras no Legislativo.

A partir da minirreforma política de 2017, as siglas terão que contar somente com os seus próprios votos. Com o novo quadro, os partidos com mais chances serão aqueles que conseguirem o maior número de concorrentes. No caso de Santa Maria, que tem 21 vereadores, cada sigla poderá concorrer com até 32 candidatos. O detalhe é que 20% das vagas devem ser reservadas a mulheres. Para ter 32 candidatos, são necessárias pelo menos 11 mulheres. É unanimidade que as siglas menores correm o risco de desaparecer.

Hoje é o último dia para votar na Consulta Popular

- Os pequenos partidos têm muitas dificuldades de recursos e de estrutura e a coligação maximiza as energias. A eleição para vereador vai se tornar mais difícil - avalia José Carlos Martinez, professor de Ciências Sociais na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Martinez acredita que o número de candidatos tende a diminuir e que as campanhas fiquem mais baratas com o fim das doações privadas.

Estudantes apresentam projeto de redução de folhas e copos na Câmara

Para Reginaldo Perez, também professor de Ciências Sociais da UFSM, a nova regra fortalece o aspecto ideológico.

- Vamos ter eleições puras, verticalizadas, tudo puro sangue. Os partidos terão que definir melhor sua posição e a identidade partidária, em tese, ficará mais transparente - opina.

Perez acredita que os partidos menores buscarão alternativas para não sumirem.

A PROJEÇÃO PARA A ELEIÇÃO DE 2020 

Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB)

  • Bancada atual - 4 vereadores
  • Meta - 4 vereadores

Partido dos Trabalhadores (PT)

  • Bancada atual - 4 vereadores
  • Meta - 4 a 5 vereadores

Movimento Democrático Brasileiro (MDB)

  • Bancada atual - 3 vereadores
  • Meta - 3 a 4 vereadores

Progressistas (PP)

  • Bancada atual - 2 vereadores
  • Meta - 2 a 5 vereadores

Partido Democrático Trabalhista (PDT)

  • Bancada atual - 1 vereador
  • Meta - 3 vereadores

Partido Trabalhista Brasileiro (PTB)

  • Bancada atual - 2 vereadores
  • Meta - 2 a 3 vereadores

Democratas (DEM)

  • Bancada atual - 1 vereador
  • Meta - 3 vereadores

Partido Socialista Brasileiro (PSB)

  • Bancada atual - 1 vereador
  • Meta - 3 vereadores

Rede Sustentabilidade (Rede)

  • Bancada atual - 1 vereador
  • Meta - 1 vereador

Republicanos (antigo Partido Republicano Brasileiro - PRB)

  • Bancada atual - 1 vereador
  • Meta - 3 vereadores

Partido Social Democrata (PSD)

  • Bancada atual - 1 vereador
  • Meta - 3 vereadores

COMO ERA E COMO FICOU

  • Até 2016, as eleições para vereador permitiam coligações. Desta forma, uma aliança entre três partidos para a Câmara funcionava como um único partido, aumentando as chances. A única obrigatoriedade é que todos apoiassem formalmente o mesmo candidato a prefeito
  • A partir de 2020, os partidos não poderão mais se coligar para disputar vagas na Câmara de Vereadores. É cada um por si. Na eleição para prefeito continua valendo a coligação
  • Também passará a vigorar a exigência de desempenho mínimo nas urnas. Ou seja, para se eleger, o candidato deverá atingir 10% dos votos do quociente eleitoral, que é a divisão dos votos válidos (sem brancos e nulos) pelo número de cadeiras no Legislativo, que são 21 no caso de Santa Maria

O IMPACTO DAS MUDANÇAS

  • Tende a reduzir o número de partidos
  • Fortalece as siglas tradicionais e maiores, afetando os pequenos partidos
  • Enfraquece as chamadas legendas de aluguel
  • Fortalece as ideologias, obrigando os partidos a se posicionarem
  • Obriga as siglas a terem mais mulheres para preencher o número máximo de vagas
  • Obriga, de certa forma, os partidos a terem candidato próprio para as prefeituras

O QUE DIZEM OS PARTIDOS
O Diário consultou dirigentes de siglas com bancada na Câmara de Vereadores de Santa Maria sobre as mudanças:

"É muito bom porque favorece partidos com ideologias mais fortes. Abrimos mão dos pseudomedalhões para dar chance a todos."
Mauro Bakof, presidente do Progressistas 

"Favorece os partidos maiores e prejudica os menores. Quando a Câmara tinha 14 vereadores, as bancadas se reduziram."
Helen Cabral, presidente do PT 

"Vai estimular os partidos a colocarem candidatos a prefeito, o que é muito importante para os candidatos a vereador."
Magali Marques da Rocha, presidente do MDB 

"Para nós, é positivo porque representa mais a vontade da população. Em 2012, teríamos feito três cadeiras, mas elegemos uma."
Marcelo Bisogno, presidente do PDT 

"O fim das coligações fortalece os partidos ideológicos e tradicionais. Se somarmos só a nossa legenda em 2016, teríamos eleito três."
Fabiano Pereira, presidente do PSB

"As restrições impostas pela resolução são discriminatórias e inconstitucionais porque ferem o princípio do pluralismo político."
Juliana Müller, porta-voz da Rede 

"Os partidos vão ter que dispor de quadros mais qualificados. É uma oportunidade de votar no partido. Tem que ter nominata forte."
João Chaves, presidente do PSDB 

"Vamos ter que trabalhar muito e inscrever mais candidatos. Na eleição passada coligamos com o PSDB e elegemos um vereador."
Nelson Cauzzo, presidente do DEM 

"Acho que será bom, pois faz com que diminua a quantidade de partidos e qualifica o trabalho, que passa a não depender dos outros."
Hilton Júnior, presidente do PSD 

"Acredito que seja uma mudança positiva. Fortalece os partidos e dá oportunidade para mais gente representar cada um (dos partidos). "
Jair Binotto, presidente do PTB 

São duas coisas: o lado ruim é a dificuldade de ter candidatos, principalmente mulheres. O lado bom é que cada partido vai ter chapa pura
Alexandre Vargas, presidente do Republicanos


Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Cirurgia de Bolsonaro encerra depois de 5 horas

PT elege nova direção municipal neste domingo Próximo

PT elege nova direção municipal neste domingo

Política